Os 35 anos de Dona Beija, o primeiro sucesso da Manchete na teledramaturgia

Hoje faz exatamente 35 anos do primeiro grande sucesso da extinta Rede Manchete na teledramaturgia.

No dia 31 de março de 1986, uma segunda feira a Manchete estreava a novela Dona Beija. A trajetória da cortesã que escandalizou Araxá foi adaptada para a televisão através das obras Dona Beija, a feiticeira do Araxá de Thomas Othon Leonardos e A vida em flor de dona Bêja de Agripa Vasconcelos. Seu nome de verdade era Ana Jacinta de São José.











O autor Wilson Aguiar Filho que morreu cedo em 1991 aos 39 anos foi o responsável pela adaptação. Na trama Beija se torna vítima do desejo de Mota e depois da morte do rei é raptada e para se vingar do algoz Beija se oferece aos homens que a desejam em troca de ouro e joias. Ela então volta para Araxá onde viverá com Antônio. 


A audiência elevou os índices da Manchete como consta um dos anúncios no mês de maio em que mostra no dia 16 de maio de 1986 que no Rio obteve 36 pontos contra 31 da Globo que exibia no horário o musical Chico e Caetano. Na média total no Rio obteve 24 pontos de média. Matéria publicada na revista Veja do dia 16 de julho de 1986 dizia que as audiências ficaram bem próximas da Globo na média no Rio e em São Paulo. 


A emissora que tinha 3 anos no ar já tinha dívidas superiores a US$ 23 milhões e mesmo assim Adolpho Bloch investiu US$ 2 milhões pra produzir a novela. Uma cidade cenográfica foi construída no distrito de Santa Cruz onde foram reproduzidos em detalhes o Arraial dos Araxás e em Água Grande foram gravadas cenas em estúdios. Para o papel de Beija várias atrizes foram sondadas entre elas Vera Fischer e Bruna Lombardi, mas quem ganhou o papel foi Maitê Proença que dois anos antes fez sucesso como A Marquesa de Santos e graças às cenas de nudez no horário nobre sendo que numa delas ela ficou nua no cavalo branco virou sex symbol e foi capa da revista Playboy em fevereiro de 1987. Gracindo Júnior fez o papel de Antônio Sampaio, Carlos Alberto fez o papel de Mota e o elenco tinha ainda atores como Bia Seidl, Sérgio Britto, Jonas Mello, Nina de Pádua, Edwin Luisi e outros. A trilha sonora foi assinada por Wagner Tiso. O sucesso no Brasil fez com que a Manchete exportasse a novela para França, Espanha, Uruguai, Peru, Portugal, Estados Unidos através da comunidade latina e Cuba onde Maitê Proença virou ídolo popular. A novela foi reapresentada mais duas vezes na Manchete: em 1988 e 1992 e em 2009 pelo SBT que exibiu a trama em 79 capítulos, sendo que na exibição original foram 89 capítulos que foram ao ar de 31 de março à 11 de julho de 1986 e iam ao ar no horário das 21:20 depois do Jornal da Manchete, em razão da censura que ainda existia mesmo depois do fim da ditadura, mas que acabou com a Constituição de 1988.

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