Os 30 anos de estreia de Kananga do Japão, obra prima da Manchete

Há exatos 30 anos atrás estreava na extinta TV Manchete a novela Kananga do Japão.


Baseada na ideia original de Adolpho Bloch e Carlos Heitor Cony a novela foi escrita por Wilson Aguiar Filho com direção geral de Tizuka Yamazaki. A novela retratava o Brasil dos anos 30 do século passado abrangendo fatos do período como a Revolução Constitucionalista de 1932, a Intentona comunista e o começo da Segunda Guerra Mundial. As ações se passavam no Grêmio Recreativo Familiar Kananga do Japão na Praça Onze. A casa noturna de dança reunia a nata da sociedade carioca.


No elenco o casal principal Dora e Alex foram interpretados por Christiane Torloni e Raul Gazolla. Giuseppe Oristânio, Zezé Motta, Tônia Carrero, Cláudio Marzo, Carlos Eduardo Dolabella, Tamara Taxman também faziam parte do elenco. Cristiana Oliveira estreou em novelas no papel da judia Hannah e logo depois foi o grande nome de Pantanal. Quem também atuou pela primeira vez foi a inesquecível Daniella Perez que fez o papel de Eduarda. A novela teve boas médias no Rio e em São Paulo. A trilha sonora produzida por Guto Graça Mello teve nomes como Elis Regina, Angela Ro Ro e Evandro Mesquita. A música de abertura (Minha) teve a assinatura de Misty e as cenas reproduzidas por Adolfo Rosenthal retratam quatro temas: porto, guerra, paz e campo, todas baseadas na obra do artista plástico Cândido Portinari O lavrador de café. Uma cidade cenográfica foi construída em Grumari, na barra da Tijuca com a participação de 200 profissionais liderados por Rodrigo Cid. O maquiador Guilherme Pereira ficou responsável pela caracterização dos personagens de acordo com as tendências da época e a Manchete fez parceria com a Fundação do Cinema Brasileiro que cedeu os filmes exibidos no período. Pesquisas de livros, textos e material fotográfico foi feito no Museu do Som e Imagem e os atores tiveram de aprender danças de salão da época. A novela ganhou o Prêmio da APCA em seis categorias: cenografia, trilha sonora, figurino, abertura e revelação para Cristiana Oliveira. No Troféu Imprensa foi indicada em duas categorias: revelação para Raul Gazolla e novela do ano. A novela foi reapresentada duas vezes nos anos 90: a primeira entre maio de 1990 e janeiro de 1991 (anúncio da primeira reprise reproduzido acima) e entre março e outubro de 1997.

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